Jovens de Colatina e de mais nove municípios capixabas vão contar com R$ 8 milhões em microcrédito

Diagnóstico apontou que jovens não possuem acesso ao microcrédito.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH), Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), ouviu 6.210 jovens, com idades de 18 a 24 anos, de 25 bairros dos municípios de Linhares, Colatina, Serra, Vila Velha, Cariacica, Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus e Pinheiros entre novembro de 2015 e junho de 2016. O diagnóstico foi de que essa camada não tinha acesso ao microcrédito.
 
Jovens, com idade a partir de 18 anos, vão contar com investimento  R$ 8 milhões em microcrédito em nove municípios capixabas. O dinheiro é destinado a empreendedores individuais e de micro e pequeno porte, como salões de beleza, lojas de roupas, oficinas mecânicas, e estará disponível a partir de março de 2017.
 
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26) pela Subsecretaria de Gestões Estratégicas da Secretaria de Direitos Humanos (SEAE), Gabriela Lacerda.
 
“Como esses jovens tem uma vocação empreendedora muito forte, o Sebrae está realizando diversas ações com eles. Alguns já estão começando a abrir os negócios, então outra frente dessa cadeia é justamente o acesso a microcrédito para que ele consiga melhorar, adquirir instrumentos e equipamentos necessários para o negócio. Estamos construindo uma parceria com a iniciativa privada, por meio também do Bandes, para ofertar acesso a microcrédito dentro desses bairros e para esses jovens”.
 
Entre outros dados da pesquisa, 49,5% dos entrevistados são homens e 50,5% são mulheres. Dessas últimas, 96% responderam ter abandonado a escola por casamento ou filhos. Na faixa etária de 17 anos, 60% desses jovens abandonaram a escola ainda no ensino fundamental e 6.9% responderam não saber ler ou escrever.
 
“A escola muitas vezes não atende o interesse. É de ensino fundamental, ele está atrasado, e não se enquadra com crianças de 10, 11 ou 12 anos. Acaba se sentindo incomodado em frequentar uma escola que não é pra ele. Esses são os dois pontos que pela pesquisa nos constatamos”, afirmou Andrezza Rosalém, diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves.
 
Ela destacou que por outro lado, 89% responderam que pretendem voltar a estudar, o que revela anseios, desejos e perspectivas de futuro. Outros 98% consideram importante o trabalho para sustentar a família, melhores colocações na vida, para acessar bens e renda.
 
“Eles tem muita vontade de mudança e realização. É a partir desses desejos de mudança e planos para o futuro que a gente precisa trabalhar para mudar essa realidade, não só social e de renda, mas também uma condição educacional, de acesso ao mercado de trabalho e lazer, esporte, cultura e arte. É isso que o ocupação social tem tentado levar para dentro dos bairros, e com isso tudo, mudar de fato a vida não só desse jovem mas também da família”, concluiu Andrezza.

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